Por Douglas Renner.

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Ninguém acreditava, mas Paul Di’Anno estava em Chapecó na noite de 20/04/13 para o penúltimo show no Brasil da sua turnê de “despedida”. Esse era um momento muito aguardado pelos headbangers do oeste catarinense, pois uma estrela internacional da cena heavy como o primeiro vocalista do Iron Maiden era algo raro de se ver por essas bandas.

A fila já estava grande quando este podcaster chegou, lá por 00:15, a noite estava agradável e os fãs e nem quem era fã (como eu), aguardavam ansiosamente a liberação para entrar no local do show. Após cerca de uma hora de espera, fomos surpreendidos por um dos organizadores do evento, com vários copos de chopp, distribuídos gratuitamente, algo raro de se ver, sendo que este desceu como um anestésico para as pernas que começavam a cansar.

Foi aí que Thompson (um dos vários amigos imaginários, tais como Murilo Armageddon, Silvio Santos entre outros) me alertou, aquele gesto e a demora para entrar no recinto, não eram normais, algo estranho estava acontecendo.

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Desde o instante em que adquiri o ingresso, lembrei dos constantes “pitis” do vocalista nos últimos anos, mas não acreditei que isso iria ocorrer justamente na sua “última” turnê. Pois bem, Thompson estava certo, quando os ponteiros do relógio marcavam 01:40, o mesmo organizador que distribuiu o chopp para a galera, comunicou que não haveria o show. Segundo as informações repassadas, a banda de Paul Di’Anno estava passando o som desde as 8 horas da manhã, com o show pago desde 17/04, em hotel e restaurantes conforme as solicitações do “artista” e que inclusive as requisições para o camarim já estavam consumidas. Segundo nota da produtora, um dos motivos para a passagem do som ser tão longa, é a de que os equipamentos solicitados não eram os que foram disponibilizados, sendo este um dos motivos para a ausência do vocalista e o cancelamento do evento.

Nunca fui fã do Paul Di’Anno, mas confesso que tenho um apreço pelo início do Iron Maiden, em que este empunhava o microfone e foi a voz de grandes clássicos da banda, estes que ainda se mantém presentes no setlist de shows do lendário grupo britânico. Mesmo assim, tinha muito interesse em participar dessa experiência heavy metal, algo que nem eu, Thompson e muitos fãs que se deslocaram conseguiram, perdendo tempo e dinheiro.

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O Paul Di’Anno quebrou tudo naquela noite, sua dignidade como profissional da música, o respeito das pessoas que foram ali para vê-lo e a motivação para ouví-lo novamente, até mesmo em comprar seus discos na Saraiva. Na próxima, levarei à sério a opinião do Thompson, prometo.

Let’s play HEAVY METAL!