Texto por Rômulo Konzen.

No domingo, dia 19/11, por volta das 14h a banda Angra publica em seu instagram um comunicado informando que por problemas com seu voo chegariam atrasados em Porto Alegre, portanto adiariam seu show no Bar Opinião para as 22h40 da mesma noite.

 

Com este comunicado confesso que desisti da cobertura, afinal, para quem trabalha na segunda-feira pela manhã, um show que começa às 22h40 é um tanto quanto insalubre. Porém, reavaliei e resolvi ir de qualquer forma, ainda que sacrificando horas de sono, imprevistos acontecem e a banda não tinha culpa de nada.

 

Ao chegar no Opinião, pelas 22h30, estava começando a primeira música de Luiz Toffoli, responsável pela abertura da noite. Fiquei surpreso e frustrado. Surpreso pelo volume de público num domingo à noite, após o instagram do grupo estar recheado de reclamações pelo atraso, e frustrado por notar que o atraso estava recém começando.

 

A banda de Luiz Toffoli (guitarrista) é bastante competente, fazendo um prog metal que combina bastante com os fãs do Angra. Achei uma escolha acertada para a abertura, e que se saiu muito bem num ambiente onde cada música a mais que tocassem significaria uma música mais longe do show principal. Plateia cansada e com motivos para hostilidade, porém a apresentação ocorreu tranquila e com boa resposta do público.

 

Apenas por volta das 23h40 o Angra subiu ao palco, sem conversa e sem enrolação, emendou três músicas na sequência, sendo recebidos com muito alívio e empolgação, principalmente ao executarem um de seus maiores clássicos, “Angels Cry”.

 

Ao final de “Angels Cry” finalmente Rafael Bittencourt toma o microfone para agradecer a paciência e presença dos fãs, ressaltando que a banda não era culpada pelo atraso. Chegaram em Porto Alegre apenas às 20h daquela noite após um dia inteiro de perrengue onde o cancelamento do show foi cogitado algumas vezes. 

 

Importante frisar que apesar do dia exaustivo que os músicos encararam, isso não se refletiu na performance. Todos, sem exceção, aparentavam ânimo e gana por finalmente estarem no palco. Este que apesar de apertado, estava lindo, com um telão enorme, fazendo um paredão atrás do baterista Bruno Valverde.

 

Outra coisa que me chamou atenção foi a recepção do público às músicas do disco “Cycles of Pain”, recém saído do forno. A galera cantou em coro músicas com menos de 1 mês de lançamento. Aliás, recomendo a audição do álbum, animou até a mim, que me desconectei com a banda há alguns anos.

 

Porém, infelizmente como falei no início do texto, era um show com mais de 2h30 de atraso num domingo à noite. Ao início da oitava canção, dei por vencido e precisei ir embora. Foi a primeira vez que os assisti ao vivo, ainda que uma fração, e garanto que voltarei na próxima oportunidade para vê-los por completo.

 

SETLIST:

1 – Nothing to Say
2 – Final Light
3 – Tide of Changes – Part I
4 – Tide of Changes – Part II
5 – Angels Cry
6 – Vida Seca
7 – Dead Man on Display
8 – Rebirth
9 – Morning Star
10 – Here In The Now
11 – Ride Into the Storm
12 – Lullaby for Lucifer
13 – Gentle Change
14 – Cycles of Pain
15 – OMNI – Silence Inside
16 – Bleeding Heart
17 – Waiting Silence
BIS
18 – Carry On
19 – Nova Era