Lembrando do Iron em 1992 e de olho em 2019

Por Carlos Augusto Monteiro

Com a confirmação na última quinta-feira do Iron Maiden como headliner do “dia do metal” no Rock in Rio 2019, me recordei do primeiro show que assisti da Donzela, em julho de 1992, no Rio de Janeiro.

Era a turnê do “Fear of the Dark”, a primeira volta da banda ao Brasil, justamente após a icônica primeira edição do Rock in Rio em 1985.

Em ano que teve ainda Skid Row, Faith No More, Black Sabbath (com Dio) e Sepultura (com Max), entre outros, os headbangers brasileiros estavam em estado de graça em rever Steve Harris & cia. Para completar, a abertura era da banda Thunder, que faz um hard chegado ao farofa muito bom!

O show no Rio foi no estádio do Maracanãzinho, ginásio esportivo ao lado do Maracanã, que raramente sedia shows.

Eu adoro o “Fear of the Dark”, álbum pelo qual tenho um carinho especial não só por ter assistido a esse show, mas também por conta de canções como “Be quick or be dead” (uma das minhas favoritas deles), “Afraid to shoot stranger”, “Judas be my guide” e até a homônima, que não me cansou ainda.

Tá bom, “Wasting love” já cansou.

Sem falar que foi o último disco gravado por Bruce Dickinson antes de sua saída da banda e o começo do período sombrio com aquele outro vocalista que não mencionamos o nome.

Era uma época muito boa para ouvir Iron. A banda vivia ainda sob o efeito dos clássicos do início da carreira e já com alguns hits recentes. Ainda não tinham as introduções instrumentais repetitivas em canções menos marcantes dos últimos anos.

Desculpem os fãs, mas eu sou o tipo de ouvinte que não gosta de “Brave new world”, o que é considerado um sacrilégio por muitos, mas fazer o que. Eu até estava também naquele show do Rock in Rio 3, mas não gostei muito.

Queria mesmo era ter ido à turnê do “Somewhere back in time”, em 2009, mas a apresentação no Rio foi no dia da festa de aniversário de 2 anos da minha filha!

Com todo esse histórico do Iron no Brasil, estou encarando com animação o anúncio da banda no Rock in Rio 2019. Vai ser uma boa maneira de reencontrar esse ícone do metal ao vivo. Sem falar no line up fantástico do mesmo dia.

E olha que os "donzelos" já vieram inúmeras vezes ao Brasil! Porém só assisti a eles em três ocasiões (além de 92 e 2001, vi em 1996 com aquele vocalista que não mencionamos o nome).

Sei que todos curtiram o Iron também em 2011, na “retomada” do Rock in Rio. E, desde então, os fãs aguardam sua volta ao festival. (CORREÇÃO: O Iron voltou na edição de 2013. Valeu, pela lembrança, Bola!)

Tudo indica que vai ser mais uma noite histórica. Afinal, metal e Iron são quase sinônimos. Poucas bandas representam tão bem o estilo, principalmente para quem não é fã assíduo de metal.

E assim, termino com um grande clichê, porém inevitável: Up the Irons!

Confira o setlist de 1992:

Be Quick or Be Dead
The Number of the Beast
Wrathchild
From Here to Eternity
Can I Play With Madness
Wasting Love
Tailgunner
The Evil That Men Do
Afraid to Shoot Strangers
Bring Your Daughter… to the Slaughter
Fear of the Dark
The Clairvoyant
Heaven Can Wait
Run to the Hills
2 Minutes to Midnight
Iron Maiden

Encore:
Hallowed Be Thy Name
The Trooper
Sanctuary
Running Free