Texto por Daniel Ribeiro.

 

 

Famosa pelos mega hits dos nos 80 (e pelas homenagens do Emmerson Nogueira), “Africa” e “Rosanna”, Toto é um grupo de “Soft Rock” formado em meados dos anos 70 em Los Angeles e debutou com esse belíssimo disco que falaremos um pouco aqui.

 

Com um disco heterogêneo, cheio de estilos misturados, a banda estreou lançando músicas extremamente pegajosas, diretas e com uma pegada “pop rock” como “I’ll Supply the Love”, “Girl Goodbye”, “Rockmaker” e o super clássico (mais conhecida pelos mais jovens em GTA San Andreas) “Hold the Line”. Tenho certeza que as composições foram feitas pensando nos shows e no público cantando os refrões em uníssono. Nessa sopa de estilos – que tinha tudo para dar errado – as músicas convivem tranquilamente nesse ótimo álbum, em sequências de funk, pop e disco, intercalados com um “hard rock” de bandas como Boston e Foreigner. Talvez esse conjunto de fatores – e uma produção impecável do disco – ajudou o Toto a emplacar 2 singles de sucesso e concorrer a Artista Revelação no Grammy de 1979.

 

Porém, junto a esse enorme sucesso comercial veio a chuva de críticas ao álbum, talvez pelos excessos que dataram músicas como “You are the Flower” e “Manuela Run” – que eu tenho certeza que é uma cópia de “Oh, What a Night” dos Four Seasons. No disco também há algumas baladas bem REO Speedwagon como “Takin it Back” e “Angela” mas ambas acabam ficando esquecidas atrás da maravilhosa (e hit single) “Georgy Porgy”. Pessoalmente, uma coisa que sempre me chamou atenção no Toto foi o cuidado com as letras, apesar da maioria não fugir do clichê “amor entre homem e mulher”.

 

Os críticos da época, e até hoje, não podem questionar duas coisas sobre esse disco: a qualidade da produção e a performance dos músicos. A produção do álbum é irretocável, todos os instrumentos soam muito bem, de forma clara e no lugar correto – méritos do fundador do Boston, Tom Scholz, que produziu o disco à época. Os vocais de Bobby Kimball combinam perfeitamente com o estilo “Soft Rock” do Toto, soam agradáveis e suaves para quem está ouvindo a banda. A bateria, guitarras e teclado vem na mesma toada e se adaptam perfeitamente às necessidades da banda. Eu, como fã declarado, destaco o maravilhoso Steve Lukather, mostrando sua versatilidade entre um Soul/Funk setentista até um hard rock como “Hold the Line”.

 

Resumindo, “TOTO” é um disco de muitos estilos, com clássicos do Soft Rock como “I’ll Suppy the Love”, “Hold the Line” e “Girl Goodbye”. As esquecíveis “Manuela Run” e “You are the Flower” e seu estilo “Disco Music” e a balada sem inspiração “Angela”. Muita musicalidade, produção perfeita e algumas ótimas músicas – destaco novamente a maravilhosa “Georgy Porgy” –  que ficaram esquecidas no meio de músicas datadas e sem muita inspiração.

 

Vale à pena tirar 1h do dia para escutar essa obra de estreia dessa banda maravilhosa do genial Steve Lukather.