Por Daniel Ribeiro.

Enquanto os Beatles estavam colhendo os primeiros louros do Sgt Peppers em escala mundial, o Pink Floyd explodia na Inglaterra. O álbum de estréia da banda, Piper at the Gates of Dawn – nomeado em homenagem a um capítulo de “The Wind in the Willows”  – foi lançado em Agosto de 1967 e aclamado pela crítica, graças à sua mistura inebriante de um “rock espacial” nervoso e canções bem estranhas sobre gnomos e bicicletas. Curiosamente, o disco foi gravado nos estúdios de Abbey Road ao mesmo tempo em que os Beatles estavam trabalhando no Sgt Peppers Lonely Hearts Club Band.

Infelizmente, nem tudo estava bem no mundo Floydiano, com o uso de drogas de Syd Barret e seus problemas de saúde mental o levando a um comportamento cada vez mais preocupante, tanto dentro quanto fora do palco. Barret experimentava mudanças de humor e períodos de desorientação e, muitas vezes, passava shows inteiros “no espaço”, distraído e distante.

O amigo de Barret, David Gilmour, foi trazido para dar um apoio ao grupo e assumir as partes pois Syd já não tinha mais condições totais de desempenhar seu papel – e por um breve tempo o Pink Floyd foi um quinteto – até que o gênio criativo da fase inicial do Floyd deixou a banda, quando os outros membros decidiram não ir lhe buscar no caminho para um show.

Enquanto Barret estava fora do Pink Floyd, ele não largou totalmente a música, gravando dois álbuns solo na década de 1970. Quando sua carreira não engrenou, ele voltou para a casa de sua mãe em Cambridge, na Inglaterra, e se tornou um recluso até o fim de seus dias, em Julho de 2006.

De legado Syd Barret nos deixou esse álbum único e essencial para entender a psicodelia britânica, ditando o ritmo e determinando o que se tornaria o Pink Floyd dali pra frente: um dos Deuses no Panteão do Rock n’roll.