Por Carlos Augusto Monteiro.

Hoje, 25 de agosto de 2017, o mundo está sendo agraciado com uma edição comemorativa dos 30 anos de lançamento de um dos mais importantes álbuns do glam metal: “Girls, Girls, Girls”, do Motley Crüe.

Dando sequência aos textos em homenagem ao Rock in Rio, escrevo hoje sobre este trabalho dos “bad boys” de Hollywood, que fizeram um show histórico na última edição do festival, em 19 de setembro de 2015. A apresentação, na mesma noite do Metallica, fez parte da turnê de despedida da banda, hoje aposentada dos palcos.

A data oficial de lançamento de “Girls, Girls, Girls” na verdade é 15 de maio de 1987, mas a banda aproveitou para badalar o aniversário durante boa parte do ano, inclusive colocando como pré-venda uma série de pacotes com diversos produtos relativos ao lançamento. São destaques do disco a faixa título, é claro, e também, “Wild Side” e a balada “You´re all I need”.
 

Mas vamos voltar ao show do Rock in Rio. Sim, a voz de Vince Neil há muito tempo está uma bosta (ao vivo nunca foi grandes coisas). Sim, ele está enorme de gordo e se movimenta com dificuldade pelo palco, ficando sem fôlego. Aliás, o que se viu em 19 de setembro de 2015 não era voz, era um fiapo de som emitido pelas cordas vocais.

Porém, vamos admitir: além da emoção de ser a primeira (e última) vez que o Rio recebia um dos grandes do hard rock farofa, o show teve de tudo: fogo (muito fogo), maquiagem pesada, backing vocals de shortinho, ambientação impactante e som alto. Nikki Sixx até tocou em parte do show com um baixo/lança-chamas!

E o guitarrista Mick Mars, mesmo com seu problema crônico de coluna e aparência sinistra, destilou seus riffs sensacionais. Tommy Lee, infelizmente, não fez seu clássico solo de bateria giratória (na última turnê, ela ainda percorria um trilho de montanha-russa). Mesmo quieto no seu canto, agitou a galera.

Sem falar no set list, que foi um best of, como todo show de festival devia ser (fica o recado para o Bon Jovi). A abertura foi irônica, com “So long, farewell”, da trilha sonora do filme “A noviça rebelde” nos alto falantes. Foi a deixa para a banda entrar rasgando, adivinha com qual canção? Ela mesma: “Girls, girls, girls”.

Vários clássicos foram executados: “Kickstart my heart” (uma das minhas músicas favoritas do gênero), “Wild Side”, “Looks that Kill”, “Shout at the devil” e “Live wire”, entre outros.

O bis e final matou todos os fãs do coração! A emocionante execução de “Home sweet home”, que deu a impressão de fazer brotar lágrimas até nos olhos de Vince Neil!

Foi o encerramento do único show carioca da história do Motley Crüe, sem dúvida imperdível para os fãs e, também, para os headbangers menos truzões, que em sua maioria respeitam a honestidade da banda.

Em recente entrevista à Rolling Stone, Nikki Sixx resumiu o caráter divertido do glam metal e a fúria do heavy metal, junção que a banda faz bem em seu som: “Eu não ligo o quanto ‘politicamente correto´ ou ´alternativo´ você é. Se você pudesse viver a vida do Motley Crüe, trocaria sua porra de tênis Converse, suéter e corte de cabelo curto dos lados. F*da-se”!