Texto por Rômulo Konzen

 

Na noite 13 de novembro de 2021, Humberto Gessinger se apresentou no teatro Araújo Viana em Porto Alegre no que seria seu primeiro show após quase dois anos afastado dos palcos devido a pandemia do Covid-19, e nós do Crazy Metal Mind estivemos lá presentes para acompanhar não só a retomada do Humberto, como dos shows em geral.

 

Entendo que seja papel da imprensa ser uma expécie de "ponta de lança" nessas situações, então solicitei o credenciamento e acompanhei a apresentação mesmo ainda tendo algumas ressalvas sobre a retomada de eventos deste porte. Posso garantir que a produção fez sua parte. Foi solicitada carteira de vacinação na entrada do teatro e obviamente o uso de máscara. Máscara essa que só poderia ser retirada quando estivesse consumindo algo em seu assento (regra que foi bastante negligenciada pelo público). Também encontrava-se com facilidade totens com alcool em gel e profissionais fazendo o trabalho de caixa móvel, evitando assim a formação de muitas filas e agilizando a compra de bebidas. Na saída a orientação era que o público de cada setor, plateria alta e baixa, se retirassem por locais opostos, evitando uma aglomeração maior.

 

Particularmente sou precávido acima da média, então como fui cobrir o evento, fiquei em pé nos corredores, distante do público. Porém como platéia ainda não me sentiria a vontade pra assistir um show com tanta gente, ainda que a lotação estivesse reduzida e houvessem cadeiras vazias entre as pessoas. Muita gente bebendo, consequentemente sem máscara. Mas é uma insegurança pessoal. Ocorreu tudo com tranquilidade e o público não parecia nem um pouco incomodado, afinal, aqui em Porto Alegre, quase 100% da população já está com as duas doses da vacina, e todos que estavam ali dentro, apresentaram suas carteirinhas.

 

Quanto ao show em sí, Gessinger trás o que sabe fazer de melhor. Uma apresentação empolgante, divertida e leve. Com os principais clássicos da carreira do Engenheiros do Hawaii e algumas músicas do mais recente trabalho, o disco Não Vejo a Hora, lançado em 2019, cujo já teve show coberto por nós em outra ocasião.

 

Os músicos seguem entrosados como sempre e demonstrando se divertirem no palco, deixando bem claro que o tempo parado não afetou na química entre Humberto, Rafael Bisogno e Felipe Rotta. Como de costume, algumas canções foram emendadas em um tipo de medley, e até algumas frases de clássicos do rock incorporadas em músicas dos Engenheiros, como Baby I'm Gonna Leave You do Led Zeppelin e While My Guitar Gently Weeps dos Beatles. Gessinger tem o costume de alterar as letras e as vezes até arranjos de algumas músicas ao vivo, o que incomoda os mais puristas, mas já não é surpresa nenhuma para os fãs. Confesso achar divertido.

 

Ainda que não tenha sido o cenário ideal, afinal assistir 1h30 de show com máscara não é lá muito divertido, foi uma boa dose de esperança de que as coisas estão aos poucos voltando ao normal e uma injeção de animo neste que vos escreve, que tem Humberto Gessinger como um de seus maiores idolos e estava em abstinência de shows desde o início de 2020.