Texto por Carlos Augusto Monteiro.

Em 24 de novembro de 1991, eu já era muito fã de Kiss e estava vendo o Jornal da Globo, à noite, para ver mais detalhes da notícia sobre a morte do Freddie Mercury, ocorrida naquele dia. De repente, o então apresentador William Bonner fala, como se fosse a coisa mais normal do mundo: “O baterista do Kiss, Eric carr, também morreu hoje…”.

Meu chão caiu, eu tive um momento de confusão mental e praticamente parei de respirar. Lembrem-se, não havia ainda internet, a gente não recebia as informações com tanta facilidade e rapidez como hoje. Foi um grande choque para mim, tanto que só fui acreditar de fato quando li a notícia no dia seguinte no hoje extinto Jornal do Brasil. Precisava ver daquele jeito, impresso com toda as letras.

Fiquei arrasado, mas se você pensar bem, não foi uma surpresa tão grande assim. O Eric estava afastado do Kiss há um tempo, mas ainda não tinha ficado claro que ele estava tão doente, com um tipo de tumor raro no coração. Ele sempre foi meu baterista favorito no Kiss, mais até que o original Peter Criss. Foi com a formação que tinha Eric Carr nas baquetas que passei a ser fã da banda.

Aos 41 anos (minha idade!), ele nos deixou cedo demais. E ficaram lembranças de um cara correto e íntegro, além de engraçado. A banda sempre fala do Eric como um piadista, que adorava fazer “pegadinhas” com os colegas do Kiss.

Foram seis álbuns de estúdio com suas marcantes batidas, incluindo o injustiçado “The Elder”, além de outros como “Crazy Nights” e “Asylum”. E volta e meia os registros traziam sua voz também, já que era ótimo cantor, o que pôde mostrar ao vivo e em gravações.

Após sua morte, foram lançados dois álbuns póstumos, organizados por família e amigos, como Bruce Kullick, também ex-guitarrista do Kiss. Com nome de “Rockology” e “Unfinished Business”, trazem demos que sobraram do álbum “Hot in the Shade”, do Kiss, gravações inéditas e até canções que criou para um desenho animado.

Na ocasião de sua morte, ocorrida no mesmo dia de Freddie Mercury, é triste ver como o vocalista do Queen teve muito mais atenção. Claro que Freddie era muito mais popular, mas o Kiss não quis fazer nenhum show tributo, alegando que “não era do estilo deles” e optaram por apenas dedicar o álbum “Revenge” a Eric.

Porém os fãs nunca deixaram de lembrá-lo. Ao longo desses anos todos, surgiram várias festas e shows em tributo de sua música e memória. A página oficial de Eric, mantida por sua família, sempre traz lembranças. E é mesmo impossível esquecer daquele baterista baixinho e atarracado, que, apesar disso, batia bem forte mas acabou nos deixando cedo demais. Já se passaram 25 anos. Mas o som dos pratos, caixas e bumbos continuam reverberando em nossos ouvidos!