Por Lolla Dias.

Vamos falar de Moda e Rock?

Mais uma postagem da resistência feminina aqui nesse site comandado por homens que pretende mostrar que Rock não é só pro seu namorado!

Mas vamos ao que interessa: As tribos da década de 50!

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Pra variar, vou começar nos situando na história. A década de 50 foi um período de transição do fim da Segunda Guerra Mundial e de mudanças sociais/comportamentais e tecnológicas. Surge também um novo nicho de mercado, os adolescentes, e com isso, um mercado de moda especifico para esse público. Esses jovens, também conhecidos como geração baby-boom, se afastavam cada vez mais da rigidez da década de 1940 e da forma de pensar de seus pais. Embalados pelo Rock and roll, filmes (rebeldes sem causa, juventude transviada, um bonde chamado desejo), livros (On the Road, Howl, Naked Lunch), período de independências e liberdades buscavam sua própria moda e estilo de vida.

Muitas das tribos urbanas que conhecemos hoje deram inicio nessa época, como: Rockabilly, pin-ups, surfistas, rockers, moto clube, beatniks, teddy boys, teddy girls, greasers, bodgies e widges…

Vamos conhecer melhor cada uma delas?

Surfistas:

Inicialmente, o surf era uma prática religiosa e também servia para distinção social no Havaí e na Polinésia. Haviam rituais para a fabricação das pranchas e uma hierarquia, somente o rei e sua família podiam surfar de pé, além de diferenças nos tamanhos das pranchas.

Depois da Segunda Guerra Mundial, o surfe começou a ser reconhecido como esporte, e em seguida, também visto como uma cultura e um estilo de vida para os praticantes. Podemos exemplificar essa época com bandas de Surf Music como The Beach Boys, The Surfaris, Dick Dale & the Del-Tones, The Ventures e The Shadows.

surf

Rockabilly:

Rock+Hillbilly, tendo referência à música country, foi um dos primeiros subgêneros do rock. Podemos exemplificar o visual citando alguns pioneiros do estilo como: Jerry Lee Lewis, Carl Perkins, Elvis Presley, Bill Halley, Johnny Cash, Gene Vincent, Wanda Jackson, Eddie Cochran e Johnny Burnette. Foi um dos estilos musicais que mais influenciou a moda e o comportamento dos jovens. Na época (e hoje também) o visual mais característico de quem segue esse, porque não, estilo de vida, é o rocker para homens e pin up para as mulheres.

rockabilly

Pin-ups:

Hoje é considerado um estilo, porém no começo, pin-ups ficavam mesmo eram nas paredes. Os desenhos de Pin-ups representavam um padrão de beleza diferente do atual, mostravam mulheres com cintura marcada e definida, seios fartos e quadril exuberante, geralmente em alguma pose inocente, porém sensual (o nosso famoso ‘sendo sexy sem ser vulgar’). Foram referência de beleza feminina durante e no pós guerra. O visual é bem característico, topetes, franjinhas, cabelo solto ondulado, rabos de cavalo bem alto com lenços, pele alva, saias, calças de cintura alta, vestidos rodados marcando bem a cintura, sobrancelhas bem desenhadas, olho gatinho, batom vermelho, postura provocante..

Exemplos podemos citar a Bettie Page, Marilyn Monroe, Brigitte Bardot, Sophia Loren, Lili St. Cyr, Gina Lollobrigida, Gloria Grahame, Dorothy Dandridge, entre outras.

pin up

Moto clube/ Rockers:

Rockers e Moto clubes, simplificando, são compostos por pessoas que gostam de motocicletas. São aqueles ‘carinhas’ de clubes organizados que vemos pelos bares, rodovias e eventos relacionados hoje em dia. Os Rockers, na época, eram bastante conhecidos pela rivalidade com os mods.

Usavam jaquetas perfecto de couro, jeans Levi’s, calças e botas de couro, camisas brancas e acessórios como lenços e echarpes no pescoço ou sobre a boca, além de claro, suas motos. O visual servia para ambos os gêneros, porém, as mulheres também usavam saias godê completas, saias franzidas, plissadas ou preguedas. Cardigans, luvas brancas, lenços no pescoço, sapatilhas, botinhas, tênis baixo, camisetas, regatas, jeans…

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Beatniks:

A palavra beat significa beato, mas foi usada no sentido de derrotados e oprimidos. Os beatniks hoje são vistos somente sob a estética de boemia intelectual, mas surgiram no intuito de protesto ao estilo de vida materialista da sequencia da Segunda Guerra Mundial, o nome caracterizou esse submundo de jovens anti- conformistas.

Usavam peças pretas (aliás, foram os primeiros a usar o preto como símbolo do luto pela sociedade e guerras), calças Levi’s (algumas justas e curtas), camisetas, blusas de gola rolê ou largas, camisas para fora da calça, boinas, cabelos bagunçados, barba e bigode, sandálias e uma bolsa para carregar os livros. Presavam pela simplicidade nas roupas.

beatniks

Teddy boys/ Teddy girls

Formado no Reino Unido por homens e mulheres jovens, usavam roupas inspiradas (pra não dizer cópias…) nas indumentárias masculinas da era eduardiana. Esses neo-eduardianos eram rebeldes, bad-boys elegantes que rejeitavam as tradições impostas na época.

Vestiam casacos longos com gola, coletes brocados, peças com detalhes em cetim ou veludo, o corte das roupas eram ajustados, casacos de lã com vários bolsos, camisas brancas com gola alta, calças estreitas de cintura alta, lenços, chapéu coco, creepers, sapatos de camurça, gravatas finas e cabelos penteados com brilhantina ao estilo quiff, costeletas e ducktail (rabo de pato, o cabelo era penteado para trás e no topo fazia um rolo em formato de topete). “Malvadões”, mas as roupas deveriam ser todas feitas sob medida em alfaiates (bandiplayboy, falo mesmo!).

As mulheres tinham um visual andrógino ou totalmente masculino (o que era muito arriscado, já que uma mulher na época com visual masculino corria o risco de ser presa ou agredida por perversão de ser supostamente homossexual). Usavam cabelos curtos, maquiagem, blusas pretas, camisas brancas, saias na panturrilha, calças justas e alguns acessórios e roupas masculinas já citadas.

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Greasers:

O termo surgiu pela forma de pentear o cabelo para trás, greased-back. É uma subcultura que se originou entre os jovens do sul, nordeste e gangues de rua dos Estados Unidos, predominantemente branca. Diferente dos Rockers, os Greasers eram apaixonados por seus carros hot rod.

Vestiam camisetas brancas ou pretas com mangas arregaçadas, camisas brancas com casacos, t-shirts, camisas de malha italiana, camisas ao estilo daddy-o-style, jaquetas pretas, azul ou caqui, casacos preto ou marrom, jaquetas jeans Levi’s, jaquetas de couro, calças Levi’s, calças de algodão largas. Usavam também, botas de motociclistas, botas militares, creepers, all stars, bandanas, chapéus de aba curta, boinas, coppola, e o penteado variavam, porém, sempre eram feitos com pomadas e gel.

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Bodgies e Widgies:

Eram equivalentes aos Teddy boys/Teddy Girls ou Greasers, porém, na Austrália e Nova Zelândia.

Os homens eram chamados de Bodgies e as mulheres de Widgies e eram vistos como ‘desordeiros’.

os ultimos bardeneiros ~o~

Então meus queridos (estou meiga hoje…), foi nos anos 50 que a moda de rua começa a dar os ares e querer mudar o ciclo. O que antes vinha das classes altas e estilistas, agora as ruas é que querem ditar as regras e isso prosseguiu durante vários anos até chegar à democratização que temos hoje.

Enfim, espero que tenham entendido a importância dessa década e aprendido um pouco mais sobre a importância do rock na moda!

Dúvidas, sugestões, críticas, pedidos de conteúdos a serem escritos serão aceitos! Mas sem mimimis nos comentários se não rola soco na cara, já aviso!

Até a próxima !

Let’s play ROCK!